‘Intervalo’, Lusa

October 16, 2012 Newsroom 0 Comments

Documentário revela o lado descontraído e os momentos de tensão da Orquestra Gulbenkian
Lisboa, 16 out (Lusa)

O documentário “Intervalo” regista o “lado descontraído”, mas também “os momentos de tensão, quando a obra não está ainda preparada” da Orquestra Gulbenkian, que celebra 50 anos, disse o realizador Tiago Figueiredo.

“Espectador assíduo da orquestra”, o cineasta afirmou à Lusa ter tido sempre “um grande fascínio pelos bastidores e o que está por detrás do palco, o que se passa para lá daquele lado formal da apresentação em concertos”, e este documentário “foi uma oportunidade de o mostrar”.

“O documentário revela a parte que é invisível ao público; os bastidores, os ensaios, a tensão antes de uma obra estar pronta a ser tocada, e os momentos privados, de descontração, dos músicos”, tendo a câmara de Tiago Figueiredo acompanhado alguns dos instrumentistas às suas casas, terminado o concerto.

“A câmara passa pelos músicos como se não estivesse lá”, referiu. Figueiredo salientou ainda que o documentário “é uma homenagem a todos os funcionários da orquestra, os que arrumam as estantes, preparam o palco, etc”.

O documentário, acrescentou o realizador, “está onde se define a fronteira entre o formal e o informal”. “Intervalo” é “um documentário meramente observacional, com som direto, destacando-se o trabalho de sonoplastia de João Ganho”, sem narração, que “procura romper os estereótipos, o lado aparentemente formal e excêntrico que têm os músicos, e mostrar a normalidade, o lado humano”.

“Não é um filme institucional, aconteceu na altura do cinquentenário da Orquestra Gulbenkian, mas podia ter sido filmado noutra altura”, garantiu o cineasta.

Tiago Figueiredo reconheceu que não foi fácil entrar no universo da orquestra “sem afetar aquele ecossistema”, mas a aceitação dos músicos foi excelente.

O documentário foi filmado, “não de forma exaustiva”, entre janeiro e julho deste ano, e é exibido quarta-feira, às 19:00, e na sexta-feira, às 17:00, no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, com entrada livre.

Tiago Figueiredo acompanhou a digressão da orquestra à Roménia e à Arménia, o ano passado, tendo resultado o documentário “Veradardz”, palavra que em arménio significa retorno ou regresso.

Tiago Figueiredo, 37 anos, além de “Veradardz”, realizou os documentários “Vizinhos” (2009) e “Tchinhango” (2011).

Criada como Orquestra de Câmara Gulbenkian, em 1962, o agrupamento instrumental foi evoluindo para a formação dos atuais 66 músicos efetivos, podendo ser alargada, por exigência do repertório. A Orquestra Gulbenkian, assim denominada desde 1971, tem apresentado um repertório alargado, do barroco à literatura orquestral do século XIX, abrangendo ainda a música do século XX e peças de compositores da atualidade.

Esta temporada, a orquestra vai fazer uma digressão ao Brasil, depois de, em 2011, ter integrado o cartaz do Festival Enescu, na Roménia, e atuado pela primeira vez na Arménia, país de onde é originário Calouste Gulbenkian.

NL. // MAG.
Lusa/Fim.