Marta Rangel

February 2, 2015 Photomaton 0 Comments

A primeira vez que falei com a Marta foi numa troca de galhardetes no facebook ou no instagram quando fotografei a Ana Luísa para o Photomaton. A Marta comentou, a Luísa desafiou-me a fotografá-la, eu respondi, a Marta respondeu.

Não sei se já vos aconteceu, mas não há meio mais fértil para mal-entendidos do que as caixinhas de comentários das redes sociais. Não se vê a cara das pessoas, não se lhe ouve a entoação da voz, a distância do ecrã e do teclado pode afastar-nos de uma certa forma de empatia e, claro, eu tenho um feitio desgraçado e a conversa apanhou-me numa semana lixada. Vamos dizer que o ambiente ficou frio.

Hoje vinha de almoçar e quando entrei na sala do Coworklisboa estava a Marta com um ar meio perdido à procura da Ana Dias. Reconheci-a dos ecrãs da Económico TV e resolvi meter conversa. Quis redimir-me.

– Posso fotografar-te para o Photomaton?
– Hum… Acho que não. Eu sou telegénica mas não sou fotogénica.

Estão a ver as voltas que uma pessoa dá para esconder o ressentimento?

– Ah, vá lá, Marta. Não costumo fazer isto, mas mostro-te tudo antes de publicar. Se não gostares, não publico.

Estou a ceder a esta cortesia demasiadas vezes, mas as pessoas andam difíceis.

Fomos “tomar um café”, conversar um bocadinho antes da sessão para derreter mais um pouco o gelo. Perguntei-lhe logo sobre o desconforto da fotografia, passei a seguir para a nossa conversa meses antes. Desfez-se o mal-entendido. Foi muito, muito fácil, e muito rápido. Fomos depois para a janela do Photomaton e continuámos a conversar. A brincar com o silêncio e a necessidade de falar para aliviar o nervosismo.

E saiu isto.

Photomaton CLVIII
Marta Rangel
2 Fevereiro 2015

Marta Rangel 2

Marta Rangel 3