o urbanista de sp é o capital

November 19, 2013 Brasil, Diário de viagem

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São Paulo, cidade, tem 11 milhões de habitantes. Como na maioria das grandes metrópoles, existe uma enorme periferia, com mais uma dezena de pequenas urbes com entre 500 mil a um milhão e meio de habitantes, onde grande parte da população reside, e um centro onde estão sediadas as entidades empregadoras.

Esta má distribuição de funções obriga as pessoas a deslocarem-se de casa para o trabalho, perdendo várias horas por dia. Duas horas, três, nalguns casos até quatro horas para cada lado.

Em hora de ponta, o metrô é incapaz de escoar os utentes apesar de ser bastante mais eficaz como transporte do que o ônibus. As carruagens chegam de minuto em minuto, garantindo a distância de segurança mínima entre cada composição, mas o afluxo de pessoas à estação é superior ao escoamento.

Não é a rede de metrô que está mal gerida. Porventura poderá não ser tão abrangente como seria desejável, mas o principal problema é a má distribuição zonal da cidade, com habitação e emprego demasiado distantes um do outro, e uma rede de transportes públicos presa no colete-de-forças que são as ruas da cidade saturadas com automóveis particulares.

Viver próximo do emprego é um dos factores para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Mais tempo para as pessoas, para os filhos, para descansar. Mas nem sempre é possível escolher onde se vive, como nem sempre se consegue escolher onde se trabalha.

Não pensar nisto ao nível administrativo e governamental, pesar as consequências que traz à população na saúde, rendimento, instrução, cultura e felicidade, é condenar cruelmente as pessoas a uma vida desperdiçada, que podia ser melhor. E é condenar também o país a um desenvolvimento mais lento do que poderia ter. A quem interessa este modelo de cidade?