Vasco Durão

January 8, 2015 Photomaton 0 Comments

Conheci o Vasco numa conferência em que era suposto falarmos de mudanças de vida, de riscos e falhanços. Vi-o comover-se e ficar com a voz embargada quando falou do dia em que a mulher chegou a casa e lhe disse que tinha sido convidada para iniciar um projecto novo, fora de Lisboa, uma ideia que era um sonho de uma vida. Mudaram-se de corpo e alma para Estremoz, o Vasco largou um emprego tão bem pago como bem sucedido. Arriscaram. Perderam algumas coisas. Ganharam muito mais. São felizes.

Na tarde em que tomámos um chá perguntei porque se tinham marejado os olhos.

– Porque sou um lamechas. Os meus filhos estão sempre a gozar comigo. Quando começo a contar alguma história mais emotiva, dizem sempre: ‘Pronto. Agora vais começar a chorar!’.

Depois, à noite, quando lhe enviei as fotografias, escreveu-me: “Gostei do olhar sério e durão que caçaste”.

Não liguem. Por trás do ar e do apelido, está um homem de lágrima fácil.

Photomaton CLIII
Vasco Durão
8 Janeiro 2015

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