Comboio para Varanasi
O relógio da estação deu a meia hora. Sentia o sono a apoderar-se de mim. Do parque para lá dos carros, chegou-me o grasnido dos corvos. “Varanasi é Benares”, disse eu, “é uma cidade santa, vai também em peregrinação?”
O meu companheiro apagou o cigarro e tossiu levemente. “Vou lá morrer”, disse ele, “restam-me poucos dias de vida.”
De “Nocturno Indiano” de António Tabucchi
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