Ana Filipa Serrão
Cada sessão do Photomaton é diferente das outras e é isso que me alimenta este vício de ter a possibilidade de olhar o rosto de uma pessoa, mergulhar-lhe nos olhos, ler um pedacinho da alma, sentir estados de espírito e ficar a conhecer e a gostar mais de alguém.
Mas uma coisa é a emoção, outra é a razão. Existe toda uma parte técnica que tem a ver como o rosto se molda e coloca perante a luz, que palavras são necessárias para levar o pensamento da pessoa dali para fora, esquecendo a câmara, para que as contracções involuntárias dos músculos se desfaçam.
Oiço muitas coisas diferentes das pessoas que fotografo quando olham os retratos pela primeira vez. Talvez uma das que dê mais prazer ouvir seja ‘não me reconheço aí’, por mais disruptivo que isto possa ser.
Quando vi o que o resultado da sessão da Filipa, que me confessou nunca gostar de se ver em fotografia nem saber o que fazer em frente a uma câmara, fiquei com a certeza que ela iria gostar. Espero não estar enganado.
Photomaton CXXII
Ana Filipa Serrão
3 Setembro 2014
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