encontros e despedidas

Não gosto de despedidas. Fico nostálgico, com saudades das pessoas e dos lugares. Fico sem jeito, a evitar conversas de despedida, a fugir a balanços e discursos conjugados no pretérito perfeito. Ontem foi dia de despedidas da minha rotina das últimas duas semanas. No colégio onde dei o workshop de cinema, fico com saudades dos alunos, os que estiveram nas aulas e os que por lá andaram à volta com curiosidade sobre o que se estava a passar, saudades do convívio na sala de professores, onde passava parte das manhãs a ver filmes para preparar aulas e a ouvir histórias sobre as dores de crescimento dos alunos que me fizeram lembrar as minhas, dos funcionários que me receberam como se fosse professor da escola desde a sua fundação, saudades das conversas que tinha nas boleias com a Margarida, com o Francisco, o Tomás, a Manuela, a Célia. Saudades da confusão de Luanda, dos engarrafamentos!, dos táxis de que fiquei fã incondicional, saudades do pessoal a vender bugigangas na rua e de comprar coca-cola a 100Kz para substituir o café nas caminhadas pela cidade, saudades do calor, da humidade, do pó.

Saudades imensas do Paulo, da Juliana, do Paulo, da Rafaela, do Sr. Machado e das comezainas que me deixaram um bocadinho mais pesado.

Agora vou para Benguela, onde ficarei nas próximas 6 semanas a filmar. Também tenho saudades de filmar, por acaso…

Bolas… E a Maria Rita atira-me para Junho de 2010. Recordo, recordo… É incrível o poder do imprinting. É tão bom fechar os olhos e reviver tudo, as coisas boas, as más, os cheiros, as sensações, os sentidos, os encontros e as despedidas.