Varanasi, Índia. O lugar continuamente habitado mais antigo do mundo, a cidade de mil rostos onde vida e morte passeiam de mãos dadas, destino de milhões de peregrinos que limpam no Ganges o karma ferido pela maldade praticada em vidas passadas. Vórtice de espaço-tempo onde a ancestralidade dos costumes se mantém indiferente às alterações da modernidade.
Varanasi. Ou Benares. A terra que me chama e repele em cada encontro, nas surpresas, acidentes e acasos que os deuses deixam como armadilhas ou fortunas na esquina de cada ghali, no caminho das estreitas e labirínticas ruas dos bairros velhos.
Varanasi. Ou Kachi. A cidade santa banhada pelo Ganges numa carícia contínua e eterna, onde cães, deuses e outros homens se confundem e reconhecem depois de milénios de ausência por paragens distantes.