Dia 0 | do lado esquerdo da estrada
As últimas semanas foram uma correria para acabar trabalhos, organizar ideias, conseguir apoios. No meio disso tudo, as pessoas iam perguntando pela viagem. Aqui fica um resumo das respostas que fui dando.
FAQ
Que viagem vais fazer, Tiago?
Vou viajar de mota até ao ponto mais a norte da Escócia, nas Ilhas Shetland. Pelo meio, e no regresso, passo por Espanha, França, Inglaterra, País de Gales e Irlanda. Isto se não for raptado e levado num saco hipotérmico para um país asiático qualquer para me leiloarem os rins.
Qual vai ser o percurso?
Não sei. Quero decidir isso durante a viagem, dar lugar ao acaso, a encontros inesperados, a sugestões de locais. Os únicos dogmas desta viagem são que quero ir até à Escócia e que não quero fazer um metro sequer por auto-estrada.
Mas então porquê as Ilhas Shetland?
Porque nunca estive tão a norte no planeta, porque me apetece sentir aquele frio glaciar a entrar-me pela roupa e depois aquecer-me num pub de madeira em tons de castanho enquanto bebo um whisky artesanal.
E porque vais de mota?
Porque é dos meios de transporte que melhor permitem o contacto com o que nos rodeia, que nos deixam os sentidos mais despertos. Porque me deixam mais ligado ao mundo, mais disponível para viver. Porque gosto da ligação orgânica que se estabelece entre a mota e quem a conduz, o sentir das vibrações da estrada, as forças centrífugas, centrípetas, a aceleração e travagem.
Não tens medo?
Claro que tenho, imenso. Medo de ter um acidente, medo de fazer curvas à chuva, medo que um carro não me veja e me abalroe.
E medo de ir para lugares que não conheces?
Acho que não. Um bocadinho, talvez, mas gosto muito de transformar esse medo em confiança e de me sentir diferente depois de passar por esse processo.
Prometes que vais ter cuidado?
Sim, prometo. Mas vai correr tudo bem.
E então onde podemos acompanhar a tua viagem?
Diariamente, no meu site, onde farei um diário de bordo com apontamentos curtos do percurso desse dia, quilometragem e gastos, no instagram e no facebook. De uma forma mais desenvolvida, irei escrever semanalmente no Observador, todas as 4as feiras. No final, irei escrever uma reportagem mais longa e com conteúdo inédito para a Trevl, um projecto que acarinho muito.
E quem são esses senhores que te apoiam na viagem?
A Drenaline é uma marca de roupa e acessórios para motas, portuguesa, que me apoiou desde a primeira hora vestido-me com classe e segurança. A Touratech Portugal equipou-me a mota com malas, sacos de viagem e outros gadgets que vão ser muito úteis durante o percurso. Dos Espaços Sonoros recebo o apoio de um GPS para usar se me perder e câmaras para filmar. A Nexx protege-me a cabeça com um capacete X40 que me fica muito confortável. O Coworklisboa é família, é o espaço onde trabalho, onde fiz amigos, onde desenvolvo projectos e que me acompanhará sempre. A Trevl é a revista que me acolheu nesta aventura, que me abriu as portas de forma generosa e me ajudou a aprender mais depressa o que é necessário para viajar de mota e escrever sobre isso. O Observador foi o jornal que se interessou pelo meu projecto e com quem vou partilhar as minhas observações, contemplações, experiências todas as semanas.
São os melhores parceiros que podia ter para esta viagem e orgulho-me muito de os levar comigo. Se passarem o rato por cima dos logos e clicarem podem ficar a saber mais sobre cada um deles.
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