End Time City
O ‘End Time City’ exerceu uma fortíssima influência para mim enquanto fotógrafo. Foi um dos primeiros deuses na minha obsessão por Varanasi. Foi a vê-lo pela primeira vez num vídeo de apresentação no youtube, numa dica do meu amigo Mário Pires, que percebi que era possível fotografar a preto e branco na Índia. Foi a folheá-lo, finalmente, em casa do Cédric Gerbehaye, que percebi que tinha de voltar a Varanasi para fotografar. Foi nas imagens a preto e branco que me inspirei e forcei a ver a sem cor, austeridade que me foi útil num processo de crescimento e que felizmente abandonei para abraçar agora os pigmentos com toda a convicção do mundo. É bom conhecer o trabalho de outros fotógrafos para nos servir de inspiração, é ainda melhor crescer com esses estímulos e sentir que aos poucos nos começamos a separar e a construir uma linguagem própria.
Numa entrevista do Michael Ackerman que costumo mostrar nos meus workshops, há uma frase que me comove particularmente: “Sometimes, you meet somebody in a workshop that becomes a really dear friend. Some students are very inspirational to me and we’re still close ten years later.”
Ontem, o Alexandre, que conheci há mais de um ano num workshop de fotografia que dei, ofereceu-me o ‘End Time City’. Caramba… Lembrei-me das palavras comoventes do Ackerman.
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